quarta-feira, 28 de julho de 2010

Socialização

01- Oferecer ao deficiente o maior número possível de informações sobre o assunto que está em discussão para que ele não fique deslocado. Não falar de costas para o deficiente, nem quando estiver rindo ou comendo, isto impossibilitará que ele o compreenda.

02-Não gritar o nome do deficiente no meio do pátio, do corredor ou da sala de aula por qualquer motivo que seja. Ele poderá não ouvi-lo dependendo da distância, e sofrerá constrangimento.
03-Não deixar que passe por situações embaraçosas quando junto de outros colegas. Orientar os demais alunos da escola a respeitarem suas limitações.
04- No horário do recreio, não permitir que o deficiente fique próximo a lanchonete ou cantina da escola utilizando-se de sua deficiência para ganhar lanches gratuitamente pela compaixão dos colegas.
05-Não deixar que o deficiente fique isolado dos pares durante o recreio e em outras atividades.
06-Faça com seus alunos a brincadeira do objeto no saco. Coloque um objeto em um saco de pano, vende os olhos de quem vai adivinhar o conteúdo do saco. Com essa atividade, todos vão compreender melhor a necessidade que a criança DV tem de tocar tudo que está á sua volta.
07- Geralmente alunos autistas, têm certa resistência em entrar na sala de aula, muitas vezes fica em um ambiente fora do espaço da sala de aula. Para aproximá-lo do grupo, você pode organizar uma aula perto dele, no ambiente escolar que ele costuma ficar.
08- Se surgir a idéia de uma brincadeira – por exemplo, corrida de saco (crianças correndo dentro de um saco) – e você tem em sua classe uma criança que não anda, não pergunte se quer ou pode participar da atividade antes que ela própria se pronuncie. Caso os outros alunos questionem, diga-lhes que ela mesma vai resolver como participar da brincadeira. Caso a conclusão seja que a criança não pode ou não quer participar, diga-lhes que decidam se essa é ou não uma boa brincadeira, já que naquele momento não pode ser brincada por todos.
09-Para ajudar seus alunos a desmistificar as necessidades educacionais especiais e respeitar as limitações do outro, você pode propor atividades como:
  • Desenhar e escrever com os pés, com a boca, com o lápis embaixo do braço, com a mão contrária áquela que os alunos têm habilidade;
  • Pular corda com um pé só;
  • Ver um filme sem o som e depois descrever o que entendeu;
  • Ler um texto escrito de trás para frente;
  • Com uma venda nos olhos, descobrir a forma de objetos, fazer uma refeição, movimentar-se na sala de aula;
  • Comunicar-se por meio de gestos, mímicas, etc.
10-Um outro passo importante é agrupar os alunos na maioria das atividades desenvolvidas. O trabalho conjunto incentiva a cooperação, a construção do espírito solidário e a troca de conhecimentos. Não importa que o aluno, em alguns momentos, copie do outro. O que vai lhe impedir que ele faça isso em todos os momentos é o fato de você elaborar atividades cujos desempenhos sejam obrigatoriamente diferentes.
Participação e Envolvimento
01- A criança DV (deficiente visual) deve ter conhecimento do espaço da sala de aula (de onde estão os materiais: livros, cadernos, lápis, mochilas). Todas as mudanças na orientação espacial da sala devem ser lhe sempre informadas. Não se devem fazer modificações estruturais, como corrimões especais, cordões de condução, ou mesmo “facilitar” a vida do DV – por exemplo, ajudando-o a comer, calçando seus sapatos -, uma vez que ele pode ultrapassar os obstáculos com seus próprios recursos táteis, auditivos, olfativos, etc. Não se esqueça de que, fora da escola, há um mundo no qual ele deve viver, criando suas próprias soluções.
02- Procure sempre fazer atividades fora da sala de aula com os seus alunos. Como por exemplo: desenhar e descrever paisagens, fazer gincanas, passeios. Todas essas atividades vão ajudar a descontrair os alunos, principalmente aqueles que apresentam um comportamento muito agitado todo o tempo.
03- A equipe escolar deve conscientizar os pais de alunos com necessidades educacionais especiais, de que essas crianças devem participar de todos os eventos e atividades da escola. Muitas crianças são impedidas de fazer educação física, comprar lanche na cantina ou participar de uma peça de teatro ou de dança. Ao contrário disso, a proposta é que tudo o que for feito na escola tenha em vista todo o grupo.
04- Não faça concessões aos alunos com necessidades educacionais especiais. Aja com eles do mesmo modo como age com os outros alunos. Para todas as crianças devemos, em caso de transgressões ás regras sociais e ás da escola, aplicar medidas socioeducativas.
05-A interação social entre as crianças não deve terminar na porta da escola. Para fortalecer os vínculos entre elas, os professores, os pais, as autoridades e outros agentes de fora, a escola pode organizar situações de para interação social fora da escola.
06-No que diz respeito a sistematização dos conteúdos, muitas vezes o deficiente sentirá dificuldade em realizar a atividade por não conseguir interpretar o enunciado ou as instruções do exercício. Que o professor procure usar um vocabulário mais simples ou que vá até ele e explique o significado das palavras. Por exemplo, num exercício pode estar escrito no enunciado: "Escreva a palavra que falta", com o mesmo significado de “preencher as lacunas”, “descobrir a palavra”, etc.
07- Quando a atividade for uma dramatização, a participação do deficiente também poderá ocorrer, desde que não lhe seja oferecido um texto de fala, ou um personagem que lhe causará constrangimento por não conseguir sair-se bem devido as suas limitações. Poderá a professora oferecer-lhe personagens com falas menores ou pouca locomoção. Caberá a professora saber a melhor forma de colocar o deficiente na atividade. 
Fonte:  Texto de Rosana Ramos

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