Introdução  
 O termo paralisia cerebral (PC) é usado para   definir qualquer desordem caracterizada por alteração do movimento secundária   a uma lesão não progressiva do cérebro em desenvolvimento.  
 O cérebro comanda as funções do corpo. Cada área   do cérebro é responsável por uma determinada função, como os movimentos dos   braços e das pernas, a visão, a audição e a inteligência. Uma criança com PC   pode apresentar alterações que variam desde leve incoordenacão dos movimentos   ou uma maneira diferente para andar até inabilidade para segurar um objeto,   falar ou deglutir. O   desenvolvimento do cérebro tem início logo após a concepção e continua após o   nascimento. Ocorrendo qualquer fator agressivo ao tecido cerebral antes,   durante ou após o parto, as áreas mais atingidas terão a função prejudicada   e, dependendo da importância da agressão, certas alterações serão permanentes   caracterizando uma lesão não progressiva. Dentre os fatores potencialmente determinantes de   lesão cerebral irreversível, os mais comumente observados são infecções do   sistema nervoso, hipóxia (falta de oxigênio) e traumas de crânio. O   desenvolvimento anormal do cérebro pode também estar relacionado com uma   desordem genética, e nestas circunstâncias, geralmente, observam-se outras   alterações primárias além da cerebral. Em muitas crianças, a lesão ocorre nos   primeiros meses de gestação e a causa é desconhecida. Tipos de Paralisia Cerebral  
 O tipo   de alteração do movimento observado está relacionado com a localização da   lesão no cérebro e a gravidade das alterações depende da extensão da lesão. A   PC é classificada de acordo com a alteração de movimento que predomina.   Formas mistas são também observadas. Espástica Quando a lesão está localizada na área   responsável pelo início dos movimentos voluntários, trato piramidal, o tônus   muscular é aumentado, isto é, os músculos são tensos e os reflexos tendinosos   são exacerbados. Esta condição é chamada de paralisia cerebral Espástica. As crianças com envolvimento dos braços, das   pernas, tronco e cabeça (envolvimento total) têm tetraplegia Espástica e são   mais dependentes da ajuda de outras pessoas para a alimentação, higiene e   locomoção. A tetraplegia está geralmente relacionada com problemas que   determinam sofrimento cerebral difuso grave (infecções, hipóxia e traumas) ou   com malformações cerebrais graves.
 Quando   a lesão atinge principalmente a porção do trato piramidal responsável pelos   movimentos das pernas, localizada em uma área mais próxima dos ventrículos   (cavidades do cérebro), a forma clínica é a diplegia espástica, na qual o   envolvimento dos membros inferiores é maior do que dos membros superiores. A   região periventricular é muito vascularizada e os prematuros, por causa da   imaturidade cerebral, com muita freqüência apresentam hemorragia nesta área.   As alterações tardias provocadas por esta hemorragia podem ser visualizadas   com o auxílio da neuroimagem (leucomalácea periventricular). Por este motivo,   a diplegia espástica é quase sempre relacionada com prematuridade. Esta forma   é menos grave do que a tetraplegia e a grande maioria das crianças adquire   marcha independente antes dos oito anos de idade.  
 Na   hemiplegia espástica, são observadas alterações do movimento em um lado do   corpo, como por exemplo, perna e braço esquerdos. As causas mais freqüentes   são alguns tipos de malformação cerebral, acidentes vasculares ocorridos   ainda na vida intra-uterina e traumatismos crânio-encefálicos. As crianças   com este tipo de envolvimento apresentam bom prognóstico motor e adquirem   marcha independente. Algumas apresentam um tipo de distúrbio sensorial que   impede ou dificulta o reconhecimento de formas e texturas com a mão do lado   da hemiplegia. Estas crianças têm muito mais dificuldade para usar a mão. As crianças com espasticidade tendem a   desenvolver deformidades articulares porque o músculo espástico não tem   crescimento normal. Flexão e rotação interna dos quadris, flexão dos joelhos   e equinismo são as deformidades mais freqüentes nas crianças que adquirem   marcha. Além destas, as crianças com tetraplegia espástica podem desenvolver   ainda, luxação paralítica dos quadris e escoliose.  
 Com movimentos involuntários Quando a lesão está localizada nas áreas que   modificam ou regulam o movimento, trato extrapiramidal, a criança apresenta   movimentos involuntários, movimentos que estão fora de seu controle e os   movimentos voluntários estão prejudicados. Esta   condição é definida como paralisia cerebral com movimentos involuntários   forma coreoatetósica ou distônica. O termo coreoatetose é usado para definir   a associação de movimentos involuntários contínuos, uniformes e lentos   (atetósicos) e rápidos, arrítmicos e de início súbito (coreicos). A criança   com PC tipo distônica apresenta movimentos intermitentes de torção devido à   contração simultânea da musculatura agonista e antagonista, muitas vezes   acometendo somente um lado do corpo. A PC com movimentos involuntários está   freqüentemente relacionada com lesão dos gânglios da base (núcleos localizados   no centro do cérebro, formados pelos corpos dos neurônios que compõem o trato   extra-piramidal), causada por hiperbilirrubinemia neonatal. A bilirrubina é   um pigmento amarelo liberado das hemáceas (células do sangue que transportam   o oxigênio) quando elas se rompem. Nas incompatibilidades sanguíneas, este   pigmento pode ser liberado em grande quantidade. O recém-nascido torna-se   ictérico (a pele e as conjuntivas assumem uma cor de tonalidade amarela).   Assim como esse pigmento se deposita na pele, pode se depositar também nos   gânglios da base. Os movimentos involuntários podem ser leves ou acentuados e   são raramente observados durante o primeiro ano de vida. Nas formas graves,   antes desta idade a criança apresenta hipotonia (tônus muscular diminuído) e o   desenvolvimento motor é bastante atrasado. Muitas crianças não são capazes de   falar, andar ou realizar movimentos voluntários funcionais e são, portanto,   dependentes para a alimentação, locomoção e higiene. Atáxica A paralisia cerebral atáxica está relacionada com   lesões cerebelares ou das vias cerebelares. Como a função principal do   cerebelo é controlar o equilíbrio e coordenar os movimentos, as crianças com   lesão cerebelar apresentam ataxia ou seja, marcha cambaleante por causa da   deficiência de equilíbrio, e apresentam, ainda, incoordenação dos movimentos   com incapacidade para realizar movimentos alternados rápidos e dificuldade   para atingir um alvo. Por exemplo, se a criança for apertar um botão que   liga/desliga um aparelho elétrico com o seu indicador, ela tem dificuldade   para comandar o movimento de maneira a colocar o dedo exatamente sobre o   botão e no final do movimento observa-se um tremor grosso. Quando a lesão é   muito extensa, o atraso do desenvolvimento motor é importante e é possível   que a criança nunca seja capaz de andar sem apoio. Assim como nas formas   extrapiramidais de PC, durante o primeiro ano de vida, a alteração observada   é a hipotonia. A alteração mais freqüentemente encontrada é a ataxia   associada a sinais piramidais (tônus muscular aumentado e reflexos tendinosos   exacerbados). Ataxia pura em crianças com PC é rara.  Causas  
 Desde   que o médico inglês William Little, nos anos 1860s, descreveu pela primeira   vez as alterações clínicas encontradas em uma criança com PC e relacionou   estas alterações com hipóxia (baixa de oxigênio), se valorizou muito o papel   da hipóxia perinatal e dos traumas de parto como fatores determinantes de   lesões cerebrais irreversíveis. E mesmo depois de Sigmund Freud, em 1897, ter   chamado a atenção para o fato de que se muitas das crianças apresentavam além   das alterações motoras, outros problemas, tais como, retardo mental,   convulsões e distúrbios visuais, o mais provável é que a causa pudesse estar   também relacionada com agressões ocorridas em fases bem mais precoces da vida   intra-uterina, a hipóxia perinatal foi considerada até recentemente como a   principal causa de PC. O pensamento de Freud era que em certos casos, os   problemas ao nascer seriam, na realidade, conseqüência de um desenvolvimento   anormal do cérebro. Durante   anos, essas observações de Freud não foram muito valorizadas até que no final   dos anos 1980s, pesquisas importantes realizadas nos Estados Unidos e na   Austrália demonstraram que tanto a hipóxia quanto outros problemas neonatais   não são as principais causas de PC e que na maioria das crianças com PC a   causa era desconhecida. Desordens genéticas, fatores teratogênicos ou outras   influências nas fases iniciais da gravidez teriam que ser mais intensamente   investigadas. Com os avanços da tecnologia para diagnóstico, principalmente   nas áreas da imagem e da genética, uma melhor compreensão das causas de PC   vem sendo cada vez mais possível. Um número significativo de crianças que   antes recebiam o diagnóstico de PC por hipóxia perinatal porque demoraram   para chorar e tiveram cianose (ficaram roxinhas), hoje, depois da ressonância   magnética, recebem o diagnóstico de uma malformação cerebral, e a implicação   deste fato é que a causa do problema é uma desordem genética ou um fator   agressivo ocorrido nas primeiras semanas ou meses de gestação. Dentre   as causas pré-natais, além das desordens genéticas, as mais importantes são   infecções congênitas (citomegalia, toxoplasmose, rubéola) e hipóxia fetal   decorrente de complicações maternas, como no caso das hemorragias. A   exposição da mãe a substâncias tóxicas ou agentes teratogênicos tais como   radiação, álcool, cocaína e certas medicações principalmente nos primeiros   meses de gestação são fatores de risco que têm que ser considerados. As causas perinatais estão relacionadas   principalmente com complicações durante o parto, prematuridade e   hiperbilirrubinemia. As principais causas de paralisia cerebral   pós-natal são infecções do sistema nervoso central (meningites e   encefalites), traumatismo crânio-encefálico e hipóxia cerebral grave (quase   afogamento, convulsões prolongadas e parada cardíaca). Prevenção Acompanhamento   pré-natal regular e boa assistência ao recém-nascido na sala de parto   diminuem a possibilidade de certas crianças desenvolverem lesão cerebral   permanente. Por outro lado, muitas das crianças que superam situações   críticas com a ajuda de recursos sofisticados das terapias intensivas   neonatais modernas, principalmente os prematuros, sobrevivem, mas com   seqüelas neurológicas. Portanto, apesar de ter havido uma evolução importante   em termos de atendimento à gestante e ao recém-nascido na sala de parto, nos   últimos 40 anos não houve uma redução significativa da prevalência da PC   mesmo nos países desenvolvidos. De qualquer forma, houve uma modificação da   história natural. Muitas das formas graves de PC estão relacionadas com   causas que podem ser prevenidas como hipóxia perinatal, infecções congênitas   e hiperbilirrubinemia neonatal, e a prematuridade está relacionada com   diplegia espástica, tipo de paralisia cerebral de melhor prognóstico. Todo   esforço para que o período gestacional seja o mais saudável possível através   da manutenção de uma boa nutrição e da eliminação do uso de álcool, fumo,   drogas e medicações sabidamente teratogênicas deve ser feito, pois estas   medidas estarão contribuindo para a prevenção de alguns tipos de PC. A   rubéola congênita pode ser prevenida se a mulher for vacinada antes de   engravidar. Quanto à toxoplasmose materna, medidas de higiene, como não   ingerir carnes mal cozidas ou verduras que possam estar contaminadas com   fezes de gato são importantes. As gestantes com sorologia positiva devem ser   adequadamente tratadas, diminuindo assim os riscos de infecção fetal. A   incompatibilidade Rh pode ser facilmente prevenida (vacina anti-Rh+) e   identificada. Quando a bilirrubina não conjugada no recém-nascido atinge   níveis críticos, a criança deve ser submetida a ex-sanguíneotransfusão (troca   de parte do volume sanguíneo). O tratamento adequado da incompatibilidade   sanguínea reduziu em muito a incidência da PC com movimentos involuntários. No período pós-natal, uma das principais causas   de PC é o traumatismo crânio-encefálico que pode ser prevenido, em algumas   circunstâncias, com o uso de cadeiras de segurança especiais para crianças   pequenas, ajustadas nos bancos dos automóveis. Outra causa importante é a   anóxia cerebral grave por quase afogamento e o número de crianças com lesão   cerebral por quase afogamento em Brasília é relativamente elevado,   justificando uma campanha de prevenção. Algumas das infecções cerebrais podem   ser prevenidas com vacinas, como por exemplo, contra sarampo, meningite meningogócica   e Haemophilus influenzae. Diagnóstico Dificuldade de sucção, tônus muscular diminuído,   alterações da postura e atraso para firmar a cabeça, sorrir e rolar são   sinais precoces que chamam a atenção para a necessidade de avaliações mais   detalhadas e acompanhamento neurológico. A   história clínica deve ser completa e o exame neurológico deve incluir a   pesquisa dos reflexos primitivos (próprios do recém-nascido), porque a   persistência de certos reflexos além dos seis meses de idade pode indicar   presença de lesão cerebral. Reflexos são movimentos automáticos que o corpo   faz em resposta a um estímulo específico. O reflexo primitivo mais conhecido   é o reflexo de Moro que pode ser assim descrito: quando a criança é colocada   deitada de costas em uma mesa sobre a palma da mão de quem a examina, a   retirada brusca da mão causa um movimento súbito da região cervical, o qual   inicia a resposta que consiste inicialmente em abdução (abertura) e extensão   dos braços com as mãos abertas seguida de adução (fechamento) dos braços como   em um abraço. Este reflexo é normalmente observado no recém-nascido, mas com   a maturação cerebral, respostas automáticas como esta são inibidas. O reflexo   de Moro é apenas um dentre os vários comumente pesquisados pelo pediatra ou   fisioterapeuta. Depois de colhida a história clínica e realizado   o exame neurológico, o próximo passo é afastar a possibilidade de outras   condições clínicas ou doenças que também evoluem com atraso do desenvolvimento   neurológico ou alterações do movimento como as descritas anteriormente. Exames   de laboratório (sangue e urina) ou neuroimagem (tomografia computadorizada ou   ressonância magnética) poderão ser indicados de acordo com a história e as   alterações encontradas ao exame neurológico. Estes exames, em muitas   situações, esclarecem a causa da paralisia cerebral ou podem confirmar o   diagnóstico de outras doenças. Desordens Associadas O termo   paralisia cerebral implica alterações do movimento, mas a presença de outros   distúrbios deve ser investigada e o sucesso do tratamento depende da   abordagem correta de todos os problemas associados. Retardo Mental A   avaliação da função intelectual em crianças com certos tipos de envolvimento   é difícil, porque a maioria dos testes normalmente aplicados para avaliar o desenvolvimento   cognitivo requer respostas verbais e motoras, e um julgamento baseado apenas   nas impressões iniciais pode levar a uma conclusão incorreta. Muitas   crianças com disartria grave, a princípio consideradas como intelectualmente   deficientes, a partir do momento em que puderam se comunicar utilizando meios   alternativos, foram reconhecidas como sendo muito mais capazes   intelectualmente do que se supunha. De qualquer maneira, a alta incidência de   alterações cognitivas em alguns tipos de PC é reconhecida. O retardo mental é   mais comumente observado nas crianças com tetraplegia espástica. Epilepsia Os   neurônios (células nervosas) estão permanentemente gerando impulsos   elétricos. Esta atividade elétrica ocorre, normalmente, de uma maneira   organizada. Quando certos grupos de neurônios entram em atividade excessiva e   hipersincrônica, ou seja, quando vários neurônios entram em atividade   elétrica ao mesmo tempo, ocorre um distúrbio do funcionamento do sistema   nervoso central. Estes episódios de descarga elétrica anormal são chamados de   crises epilépticas. Estas crises podem evoluir com hiperextensão e contrações   musculares (convulsões), perda súbita do tônus muscular, perda ou alteração   temporária da consciência e alteração temporária do comportamento. Uma criança em crise pode apresentar os seguintes   sinais: contrações musculares generalizadas ou localizadas, movimentos   rítmicos com a cabeça, desvio do olhar para cima ou para o lado, movimentos   rápidos de piscar os olhos, movimentos mastigatórios, ausência de resposta a   uma solicitação verbal, episódios breves de olhar parado ou vago, ou crises   de medo. Quando   existe dúvida quanto à possibilidade da criança estar apresentando qualquer   um desses sinais, o melhor a fazer é registrar as alterações observadas   procurando descrever o sintoma, que parte do corpo envolveu, a hora em que   ocorreu e quanto tempo durou. Somente o médico, muitas vezes com o auxílio do   eletroencefalograma (EEG), pode confirmar se a criança está realmente   apresentando crises e orientar o tratamento correto. O EEG pode ser visto   como uma extensão do exame neurológico e o que ele registra é basicamente a   atividade elétrica expontânea do cérebro. Muitas vezes, mesmo para o pediatra   ou neurologista, é difícil definir se as crises são realmente epilépticas ou   se estão relacionadas com outros tipos de distúrbio. Nesses casos, os estudos   feitos com EEG prolongado e vídeo podem esclarecer o diagnóstico. Além da epilepsia, muitas outras condições podem   determinar crises convulsivas isoladas tais como desidratação grave,   hipoglicemia, infecções cerebrais ou intoxicações. O que caracteriza a   epilepsia é a repetição de crises não provocadas, ou seja, não determinadas   por um processo patológico agudo. A Liga Internacional contra a Epilepsia   classifica as crises em generalizadas e parciais. As generalizadas envolvem o   cérebro como um todo. As parciais permanecem restritas a uma certa área do   cérebro e os sintomas dependem da área envolvida. Uma criança com PC pode   apresentar qualquer tipo de crise. A crise   do tipo tônico-clônica generalizada é a que mais preocupa os pais ou outras   pessoas que a presenciam, mas na maioria das vezes ela é auto-limitada e para   em dois a dez minutos. Na presença de uma crise tônico-clônica generalizada,   a criança deve ser protegida de traumas, as contrações musculares não devem   ser contidas e a cabeça deve ser mantida em posição rodada lateralmente para   evitar aspirações no caso de vômitos. Não se deve tracionar a língua ou   introduzir qualquer objeto na boca da criança. A respiração pode alterar-se   durante a crise, mas normaliza-se nos primeiros minutos. Quando a criança   apresenta crises sub-entrantes, sem retomar a consciência entre uma e outra,   ou uma crise tônico-clônica com mais de 20 minutos de duração, ela entra em   estado de mal epiléptico (status epilepticus). O estado de mal epiléptico é   uma emergência pediátrica. O   tratamento da epilepsia deve ser introduzido assim que se faz o diagnóstico.   Nas fases iniciais do tratamento com anticonvulsivantes, algumas crianças   apresentam sonolência, mas esta reação tende a desaparecer ao final de um   certo período. Qualquer reação deve ser relatada ao pediatra ou neurologista   e algumas delas, como irritabilidade ou as de tipo alérgico justificam a substituição   do anticonvulsivante. Quando as crises são controladas, melhora tanto motora   quanto cognitiva pode ser observada e, mesmo tendo cessado as crises, o   tratamento deve ser mantido por, no mínimo, dois ou três anos. Uma vez   iniciado o anticonvulsivante, a dose somente deve ser alterada conforme   orientação médica. A suspensão súbita da medicação pode desencadear estado de   mal epiléptico com possibilidade de agravamento do quadro neurológico.   Algumas formas de epilepsia são resistentes ao tratamento com anticonvulsivantes Alterações Visuais Quando   a criança nasce, o seu sistema visual não é ainda maturo. A fóvea, parte da   retina responsável pela acuidade visual, não está completamente desenvolvida.   As células desta região passam por um processo de crescimento e organização e   somente alcançam a maturidade por volta dos quatro anos de idade.   Normalmente, em torno dos três meses de vida, a criança já é capaz de fixar e   acompanhar um objeto em movimento, mas a visão binocular se desenvolve somente   entre o terceiro e o sétimo mês. Na PC,   o estrabismo é freqüente. Catarata (opacidade do cristalino), coriorretinite   (inflamação da coroide e da retina) e glaucoma (aumento da pressão ocular)   são desordens oculares comumente encontradas nas infecções congênitas. Aproximadamente   2/3 dos prematuros de peso abaixo de 1250g desenvolvem algum grau de   retinopatia do prematuro. Nos prematuros, o oxigênio usado para tratar a   síndrome de esforço respiratório pode alterar o crescimento dos vasos   sanguíneos da retina, predispondo a miopia, estrabismo e glaucoma. Nos casos   mais graves, uma cicatriz fibrosa descola a retina do fundo do olho   determinando perda da visão. Mesmo se tomando todas as medidas para prevenir   a retinopatia do prematuro, ela pode ocorrer, e por este motivo, todos os   prematuros tratados com oxigênio devem ser referidos para avaliações   oftalmológicas periódicas durante os primeiros meses de vida. A   córtex visual é a região do lobo occipital responsável pela recepção e   decodificação da informação enviada pelos olhos. Uma lesão nesta área pode   determinar perda visual que neste caso é chamada de deficiência visual   cortical (DVC). As causas mais frequentes de DVC são hipóxia, infecções do   sistema nervoso central, traumatismo crânio-encefálico e hidrocefalia. Os   testes eletrofisiológicos completam a avaliação clínica e podem determinar se   a causa da deficiência visual está nos olhos ou no cérebro. O   eletrorretinograma avalia a função retiniana e o potencial evocado visual   avalia as vias nervosas do olho até a córtex visual. Na DVC, apesar dos   testes iniciais indicarem deficiência importante, muitas crianças desenvolvem   alguma função visual e a estimulação favorece de alguma maneira o   desenvolvimento da visão. É   importante fazer a diferença entre DVC e atraso da maturação visual nas   crianças que apresentam resposta inadequada aos estímulos visuais. As   crianças com atraso da maturação visual, geralmente, não têm história de   problemas durante a gestação ou o nascimento e têm exame oftalmológico normal,   embora possam apresentar algum atraso do desenvolvimento psicomotor. O   prognóstico é bom, ocorrendo melhora espontânea da função visual com o   desenvolvimento da criança. Todas as crianças com diminuição da resposta aos   estímulos visuais ou alterações oculares devem ser avaliadas por   oftalmologista interessado no diagnóstico e tratamento das doenças oculares   infantis. Deficiência Auditiva Algumas   crianças com paralisia cerebral têm deficiência auditiva e o diagnóstico   precoce é importante porque no primeiro ano de vida, a experiência de escutar   a fala humana orienta a formação de conexões nervosas em nível encefálico   relacionadas à capacidade de linguagem e comunicação oral. A privação   sensorial, nessa fase, pode comprometer o desenvolvimento dessas conexões.   Alguns estudos em crianças com deficiência auditiva demonstraram que, mais do   que o grau da deficência, o diagnóstico e a intervenção precoce (marcadamente   até os 6 meses de idade) foram o melhor fator prognóstico para a aquisição da   linguagem. Na década de 80, o Comitê Americano para Audição   na Infância recomendava a triagem neonatal para todas as crianças de risco   (infecções congênitas, malformações do pavilhão auricular, face ou pálato,   peso ao nascer inferior a 1500g, hiperbilirrubinemia neonatal grave,   meningite bacteriana, asfixia perinatal e uso de medicações tóxicas para o   ouvido). Contudo constatou-se que investigar apenas as crianças de risco   permite identificar somente cerca de 50% dos casos de deficiência auditiva. A   partir de 1994 foi proposta então a Triagem Auditiva Neonatal Universal. Os métodos propostos para esta triagem são o   potencial evocado auditivo de tronco encefálico (Brainstem Evoked Response   Audiometry - BERA) e as emissões otoacústicas evocadas ('teste da   orelhinha'), ditas fisiológicas, porque não é necessária uma resposta   comportamental da criança para a interpretação do resultado. O primeiro teste   consiste na medida eletrofisiológica do nervo auditivo e das vias auditivas no   tronco encefálico para diferentes tipos de sons e o segundo no registro da   resposta sonora natural apresentada pelas células ciliadas da cóclea a um   estímulo sonoro. São métodos rápidos, não invasivos e de fácil aplicação. Um   resultado anormal não é conclusivo para o diagnóstico de deficiência   auditiva, mas indica a necessidade de avaliação audiológica completa em   serviço especializado. O diagnóstico precoce de deficiência auditiva   possibilita a intervenção precoce favorecendo o processo de aprendizagem. O   programa de tratamento pode englobar uso de amplificadores, implante coclear,   linguagem de sinais e treinamento da fala. Dificuldades para a Alimentação Desordens da sucção, mastigação e deglutição são   comuns nas crianças com envolvimento total. Todos estes fatores contribuem   para uma ingestão alimentar abaixo das necessidades. Além disso, muitas   crianças com limitações motoras são mantidas por longos períodos com dietas   próprias para bebês. A oferta monótona de certos tipos de alimento, tais   como, leite e derivados, farináceos ou sucos após os seis meses de idade pode   determinar quadros de anemias carenciais (principalmente por falta de ferro),   desnutrição e infecções de repetição. A criança desnutrida não cresce   normalmente e sua resposta aos estímulos que promovem o desenvolvimento é   prejudicada. A dieta   deve ser planejada de acordo com as características clínicas e as limitações   de cada criança. Por exemplo, para facilitar a deglutição e reduzir o refluxo   de parte do conteúdo gástrico para o esôfago, recomenda-se manter a criança   com a cabeça e o tronco em posição semi-elevada durante e por alguns minutos   após cada refeição. Nas crianças com refluxo gastroesofágico, as refeições   devem ser de menor volume e oferecidas em intervalos de tempo menores para   que não haja prejuízo do total de nutrientes ingeridos em um dia. As crianças   com dificuldade para deglutir líquidos, devem ser alimentadas com pequenos   volumes de dieta pastosa e de sucos engrossados com frutas e gelatinas,   procurando-se assim manter um bom nível de hidratação. Constipação Intestinal Quanto   mais tempo as fezes permanecem no colo, maior é a absorção de água e mais   endurecidas elas ficam, resultando em constipação. A constipação intestinal   crônica decorre de vários fatores, entre os quais, pequena ingestão de fibras   e líquidos, atividade física reduzida, e uso de medicações como antiácidos e   certos antiepilépticos. A ingestão adequada de líquidos em geral,   alimentos ricos em fibras tais como frutas (mamão, abacaxi, laranja com bagaço,   ameixa preta, manga, melancia), verduras (principalmente as folhagens cruas),   leguminosas (feijão, ervilha, lentilha) e alimentos integrais melhoram o   funcionamento intestinal e são medidas que devem ser recomendadas se o colo   (intestino grosso) ainda não estiver dilatado. Quando a constipação é grave e   não se observa resposta às orientações iniciais, os alimentos ricos em fibras   devem ser suspensos imediatamente e a possibilidade de megacolo deve ser   investigada. O tratamento correto do megacolo (dilatação do intestino grosso)   requer a orientação de um pediatra com experiência neste tipo de problema. Tratamento O tratamento em suas diferentes modalidades,   envolve profissionais de várias áreas e a família. A PC não tem cura, mas   seus efeitos podem ser minimizados. O objetivo principal deve ser promover o   maior grau de independência possível. Estimulação do   Neurodesenvolvimento O   principal objetivo é estimular o desenvolvimento de padrões funcionais de   movimento através de experiências neurosensoriais. A estimulação cognitiva   deve ter início em conjunto com a motora. No SARAH, os estímulos a serem   utilizados são selecionados, levando-se em conta as etapas do desenvolvimento   e o interesse demonstrado pela criança. Sempre que possível, o programa é   desenvolvido através de atividades integradas. Os pais aprendem os exercícios   programados e como cuidar da criança em casa. A frequência dos retornos para   acompanhamento, reavaliações e reorientações é estabelecida de acordo com as   necessidades da criança e da família. Vários trabalhos demonstraram que um bom   relacionamento afetivo pais-criança favorece o processo de desenvolvimento.   Além disso, os programas de estimulação desenvolvidos por pais comprovaram   ser mais efetivos. Entretanto, problemas emocionais, falta de conhecimento   sobre o real significado de uma lesão cerebral irreversível e programas   inadequados dificultam uma participação positiva. As informações devem ser   levadas em linguagem simples e de forma gradual. O profissional que estiver   coordenando o tratamento deve ter disponibilidade de tempo para ouvir e   respeitar questionamentos, críticas e sugestões dos pais. Atividades Físicas Atividades físicas bem orientadas promovem o   alongamento e o fortalecimento muscular, favorecem melhor desempenho motor e   interferem de maneira positiva com relação ao desenvolvimento emocional e   social.  
 Natação, dança, ginástica, futebol, equitação ou   outras atividades esportivas são, indiscutivelmente, muito mais benéficas   para determinado grupo de crianças do que tratamentos fisioterápicos   realizados dentro de um hospital ou centro de reabilitação. Treinamento nas Atividades de   Vida Diária Atividades   de vida diária (AVDs) são atividades do dia-a-dia de uma pessoa. As AVDs   incluem alimentação, vestuário, higiene, mobilidade, locomoção, comunicação e   demais atividades realizadas tanto em casa quanto na vida comunitária   (escola, trabalho e lazer). Um grande   número de crianças com paralisia cerebral apresenta dificuldades para a   realização das AVDs e, dependendo do grau das limitações motoras, técnicas de   execução, adaptações, e o uso de dispositivos especiais poderão favorecer o   desempenho nessas atividades. As   crianças com envolvimento motor moderado podem realizar muitas atividades de   forma independente, mesmo estando ainda em idade pré-escolar, mas o ritmo e a   maneira própria de cada uma devem ser respeitados. Para as crianças com acometimento motor grave,   faz-se necessário, muitas vezes, o uso de adaptações, como por exemplo,   talheres com cabo engrossado, copos com canudos e alças largas para facilitar   a preensão e pratos com ventosas. Com   relação ao vestuário, a criança pode descobrir com os pais e a ajuda dos   profissionais que a assistem as posições que facilitam um maior grau de   independência e os tipos mais apropriados de roupas e calçados. As roupas   devem ser largas, confeccionadas em tecidos leves e fechadas com zíper,   velcro ou botões grandes. O uso de calçadeiras e ganchos com cabos alongados   favorecem maior independência para calçar e vestir. Cadeiras especiais,   esponjas com cabos alongados ou fixadas nas mãos, fixadores para sabonetes ou   frascos de xampu auxiliam o banho. O piso do banheiro deve ser   anti-derrapante e as pias e os vasos sanitários, instalados de maneira a   serem facilmente alcançados pelas crianças. Em algumas circunstâncias,   recomenda-se ainda a instalação de barras laterais ou dianteira para a   criança apoiar-se, no local de banho e do vaso. Quanto   à locomoção, as crianças com envolvimento motor grave necessitam carrinhos   especiais ou cadeiras de rodas adaptadas. As principais adaptações são cintos   de segurança, tábua-mesa para alimentação e atividades pedagógicas e assentos   feitos de espuma especial, moldados individualmente de maneira a oferecer   apoio para o tronco e a cabeça. Estas medidas facilitam a manutenção de uma   postura mais funcional promovendo certo grau de relaxamento e facilitando os   cuidados diários e algumas atividades com os membros superiores. Algumas crianças, principalmente as com   movimentos involuntários, podem apresentar deficiências motoras graves, com   incapacidade para realização de movimentos funcionais, e inteligência normal.   Adaptações em móveis, alargamento de portas, modificações em banheiros e   construção de rampas para permitir o acesso da cadeira de rodas são medidas   importantes para que essas crianças possam adquirir maior grau de   independência na escola. O principal   objetivo do treinamento nas AVDs é que cada criança alcance seu potencial de   realização das diversas atividades e, para que essa meta seja atingida é   preciso que haja treinamento sistemático e uma boa integração entre a   família, a escola e a sociedade. As visitas domiciliares e escolares são,   portanto, importantes, pois conhecendo o meio em que a criança vive é   possível planejar e sugerir as modificações necessárias para que possa haver   maior grau de independência. A busca de orientação quanto às AVDs surge com o   crescimento da criança. Mobilização, locomoção e transporte tornam-se mais   difíceis e uma expectativa quanto à possibilidade de maior independência pode   emergir tanto por parte da criança quanto dos pais. No entanto, mesmo   conhecendo o potencial funcional do filho, os pais tendem a realizar as   diversas atividades por ele. Esta atitude pode estar relacionada com o fato   de que a criança, muitas vezes, gasta muito tempo para realizar uma   determinada atividade. Além disso, expectativas com relação à normalização   dos movimentos e aquisição de marcha podem ainda estar existindo. Entretanto,   ao impedir que a criança realize, ela mesma, as atividades do seu dia,   estaremos privando-a do prazer de fazer e da conquista da capacidade para   realizar cada atividade. Meios Alternativos de   Comunicação e Locomoção Muitas   crianças com paralisia cerebral, apesar de terem inteligência normal, podem   apresentar dificuldades de movimento tão graves que prejudicam a sua   capacidade para falar, escrever e andar. As   crianças com tetraplegia espástica ou coreoatetose apresentam dificuldade   para articular a palavra - disartria. Muitas delas, apesar de entenderem a   linguagem falada, têm grande dificuldade para a comunicação, pois por causa   da disartria não se pode compreender o que elas tentam falar. Nesses casos, a   comunicação só é possível através de gestos, expressões faciais e   vocalizações. Em algumas crianças, o envolvimento motor é tão grave que até   mesmo a expressão facial ou a linguagem gestual são prejudicadas, a ponto de   somente as pessoas mais próximas serem capazes de compreendê-las. Alguns   recursos alternativos com sistemas de linguagem e adaptações como apontadores   de cabeça ou de queixo já foram desenvolvidos para ajudar na comunicação   dessas crianças. Atualmente, as pesquisas em engenharia de reabilitação têm   procurado cada vez mais utilizar o computador como recurso para o   desenvolvimento de equipamentos, interfaces (dispositivos que permitem o   acesso aos comandos do computador) e softwares que viabilizam a comunicação e   o processo de alfabetização. Quanto   à locomoção, nas formas graves de PC, a marcha independente não é possível ou   determina gasto energético elevado. Portanto, dependendo do grau de   envolvimento motor e do déficit de equilíbrio, auxílios para a locomoção,   tais como andadores (posterior e anterior), bengalas canadenses, carrinhos ou   cadeira de rodas podem ser necessários. Os andadores são recomendados para as   crianças com déficit de equilíbrio ântero-posterior e látero-lateral, pois elas   necessitam um apoio maior para a deambulação. As bengalas tipo canadense são   geralmente indicadas para as crianças que não apresentam deficiência   importante do equilíbrio látero-laterais. As crianças com diplegia grave ou   com envolvimento total são dependentes da cadeira de rodas para a locomoção.   As adaptações são muitas vezes necessárias para que se consiga um bom   posicionamento na cadeira. Para as crianças menores, o meio de locomoção mais   indicado seria um carrinho mais baixo do que a cadeira comum, possibilitando   maior independência nas transferências, e que possa ser impulsionado pela   própria criança. Tratamento da Espasticidade A espasticidade é a alteração do movimento   observada quando os neurônios (unidades básicas do tecido cerebral) que controlam   a ação muscular são lesados. Os músculos tornam-se tensos e os movimentos   voluntários podem ser prejudicados. Muitos profissionais que se dedicam à área da   reabilitação consideram que o tratamento da espasticidade pode amenizar as   dificuldades de muitas crianças com PC. No entanto, nenhum dos recursos até   então utilizados é perfeito. Muitas crianças podem melhorar em alguns   aspectos, mas continuam com dificuldades para realizar o movimento. Muitos   dos tratamentos, hoje disponíveis, estão ainda em nível de pesquisa. Isto   porque, a real eficácia e os resultados a longo prazo não foram até o momento   demonstrados. Isto faz com que certos tipos de abordagem permaneçam restritas   a determinados grupos ou instituições que desenvolvem pesquisas na área médica.   Além disso, outros fatores limitantes são o alto custo e principalmente os   riscos de alguns meios de tratamento. Algumas   medicações orais podem determinar uma melhora parcial por curtos períodos de   tempo em algumas crianças. Mas, além dos efeitos indesejáveis, tais como   sonolência, náuseas e vômitos, no caso do baclofen, e sonolência ou quadro de   agitação em crianças menores, no caso do diazepan, o que se observa na   maioria das vezes é pouca ou nenhuma reposta com relação à redução da   espasticidade.  
 A injeção de álcool diretamente num determinado   músculo, reduz sua espasticidade e este efeito pode se prolongar por até seis   semanas. Durante este período, algumas crianças entram num programa mais   intensivo de atividades. Para outras, recomenda-se o uso de gesso ou talas. O   que se procura alcançar trabalhando um músculo originalmente espástico, agora   mais relaxado sob o efeito do álcool, é a melhora de um padrão de movimento   ou a correção parcial de uma deformidade, evitando ou adiando a necessidade   de cirurgia. Como a injeção muscular de álcool é dolorosa, o procedimento tem   que ser feito sob anestesia. A   toxina botulínica vem sendo cada vez mais usada. Apesar de cara, ela tem   algumas vantagens em relação ao álcool: sua injeção não é tão dolorosa e o   seu efeito é bem mais prolongado (3 a 6 meses). Quando o resultado observado   com a primeira injeção é bom, às vezes se decide fazer injeções repetidas, a   cada três ou seis meses, mas, neste caso, pode haver formação de anticorpos   contra o antígeno da toxina, resultando em anulação do seu efeito. Uso de órteses As órteses são usadas principalmente com o   objetivo de posicionarem melhor um segmento corporal e, desta forma,   permitirem uma função melhor. Na   presença de movimentos involuntários, não são recomendadas, porque os   movimentos constantes produzem atrito entre a pele e a órtese, causando   desconforto e podendo terminar em ferimentos. Como   regra geral, deve-se estabilizar o menor número de articulações possível.   Quanto maior o número de articulações imobilizadas, maior a perda da   performance e, além disso, alguns tipos de órteses podem enfraquecer os   músculos, aumentando a dificuldade de movimento. As principais indicações para o uso de órteses na   PC são: (a) estabilizar articulações no período pós-operatório permitindo a   marcha precoce; (b) manter os ganhos de amplitude de movimento articular   obtidos após trocas sucessivas de gesso, manipulações ou bloqueios   mioneurais; e (c) estabilizar ou melhorar o posicionamento de segmentos   corporais com deformidades dinâmicas (não estruturadas) ou pequeno grau de   estruturação objetivando melhorar a função. As órteses somente devem ser prescritas quando o   objetivo é melhora da função. Se mal indicadas ou mal confeccionadas, podem   trazer prejuízos à criança. Uma vez iniciado o uso, devem ser constantemente   revisadas, não somente pela necessidade de modificações à medida que a   criança cresce, mas também para reavaliação dos benefícios reais em termos   funcionais. Em algumas situações, para se evitar gastos desnecessários, os   efeitos da imobilização de uma articulação podem ser testados com uma tala de   gesso antes de ser solicitada a confecção da órtese. Fonte:www.sarah.com.br http://alana.e-familyblog.com/note/22017/o-que-%C3%A9-paralesia-cerebral.html  
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